Descrição:
A mancha-de-Calonectria, causada por Calonectria pteridis é uma das principais doenças fúngicas que incidem em plantios comercias de Eucalyptus spp. no Brasil, principalmente em regiões de clima quente e úmido, favoráveis à infecção. No entanto, trata-se de uma doença de ampla distribuição mundial, ocorrendo em praticamente todos os continentes. Embora outras espécies de Calonectria tais como, C. candelabra, C. ovata, C. morganii e C. ilicicola também possam induzir a doença no campo, C. pteridis é a espécie predominante em plantios de eucalipto no Brasil causando a mancha foliar e desfolha em condições de campo. A intensa desfolha induzida pela doença reduz o crescimento e a produtividade de clones altamente suscetíveis plantados em regiões favoráveis à infecção.
Sintomatologia:
Os sintomas da doença podem variar de acordo com a espécie hospedeira, mas na maioria das espécies de Eucalyptus, os sintomas iniciam-se com pequenas manchas arredondadas ou alongadas de coloração cinza-claro progredindo para marrom-clara, distribuídas aleatoriamente no limbo foliar do hospedeiro, sendo ou não, circundadas por um halo de coloração arroxeado (Figura 6 A-H). É comum observar a formação de um calo ao redor da área lesionada em consequência da rápida reação do hospedeiro (Figura 6 I-J). Em genótipos altamente suscetíveis, com a evolução da doença, as lesões podem ocupar todo o limbo foliar induzindo a queda prematura das folhas (Figura 7). A doença progride na planta ascendentemente, ou seja, os sintomas iniciam-se nas folhas mais velhas (no terço basal da copa da planta), mas com a evolução da doença pode atingir as porções mais jovens do terço apical.
Controle:
Devido ao impacto desta doença nas plantações de eucalipto, várias medidas de controle têm sido propostas para minimizar as perdas. Dentre elas, a resistência genética tem sido o método mais eficaz e econômico para ocontrole da doença no campo. A existência da variabilidade para resistência tem sido demostrada, comprovando a importância da seleção e do plantio de materiais resistentes, selecionados por inoculação artificial sob condições controladas, para o controle da enfermidade no campo. É fundamental, contudo, monitorar a variabilidade do patógeno e empregar isolados agressivos na seleção de genótipos resistentes, por inoculação sob condições controladas.