Clonar Eucalipto

Sintomas causados por Puccinia psidii em Eucalyptus spp.: A) Esporulação de ferrugem em brotações apicais de plantas de eucalipto em condições de campo. B) Esporulação de ferrugem em condições controladas.

Descrição:

A ferrugem, causada por Puccinia psidii, incide em espécies da família Myrtaceae e encontra-se distribuída em diferentes continentes, onde tem causado prejuízos econômicos a plantios comerciais de eucalipto e constituído uma constante ameaça à biodiversidade na Austrália e no Havaí (EUA), onde a flora nativa é constituída principalmente por mirtáceas. O patógeno infecta uma ampla gama de hospedeiros além de eucalipto, incluindo goiabeira, araçazeiro, jambeiro, jabuticabeira, pitangueira entre outros. No Brasil, é considerada uma das doenças mais importantes na cultura do eucalipto podendo incidir em condições de viveiro e campo. Esporos de ferrugem são facilmente dispersos pelo vento e as condições ideias para infecção incluem temperaturas entre 18-25°C e períodos de molhamento foliar superiores a 6 h por 5-7 dias consecutivos. Dependendo da severidade, a doença pode reduzir significativamente o crescimento e a produtividade de clones suscetíveis plantados em regiões favoráveis à infecção.

Sintomatologia:

A doença caracteriza-se pela abundante esporulação pulverulenta de coloração amarela em folhas jovens e brotações (Figura 5). Dependendo da intensidade da doença pode causar deformações, hipertrofias, minicancros e morte dos tecidos infectados. Sob condições de ambiente favorável, P. psidii infecta órgãos tenros da parte aérea de mudas em viveiros e plantas jovens no campo até atingir os estádios fenológicos B e C, cerca de 3-4 m de altura. A ferrugem causa morte e refugo de mudas para o plantio, redução de crescimento e perda de dominância apical, além da morte de brotações após o corte raso. Apesar dos poucos estudos sobre os efeitos da doença no crescimento e na produtividade, no Estado de São Paulo, há relatos de perdas de até para 40% em volume de madeira, quando plantios jovens são infectados pelo patógeno.

Controle:

A estratégia mais eficiente e econômica para o controle da doença é o plantio de clones, progênies ou espécies resistentes. Algumas espécies como Corymbia citriodora, C. torelliana, Eucalyptus camaldulensis, E. pellita, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla são consideradas importantes fontes de resistência. Entretanto, mesmo em espécies suscetíveis como E. cloeziana e E. grandis, é possível encontrar materiais resistentes devido à alta variabilidade intraespecífica para resistência. A seleção de genótipos resistentes para plantio comercial é feita por inoculação artificial com a raça do fungo predominante na região. O controle químico pode ser realizado por meio de aplicações de fungicidas registrados para a cultura, embora o plantio de materiais resistentes seja a melhor alternativa de manejo da doença. Outras medidas alternativas são o plantio em áreas desfavoráveis à doença (escape pelo local) e o plantio de clones de crescimento rápido (escape pela precocidade), pois a suscetibilidade à doença diminui com a altura das plantas ou colheita de materiais suscetíveis em épocas desfavoráveis à doença (escape pela época).

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